As suas qualidades humanas e associativas vão muito para lá da nossa amizade (mesmo que tenha sido uma das pessoas por quem senti mais empatia e o meu companheiro de eleição nas "tertúlias do Repuxo").
Em todas as colectividades existem divergências (nas culturais ainda é pior, porque todos gostam de ter opinião...), pelo que é necessário haver uma voz de comando, com a inteligência, a frieza e a experiência necessárias, para que no fim acabe tudo bem. Henrique Mota foi muitas vezes essa voz, fazia-se ouvir sem nunca ter de subir o seu tom ou gritar, obrigando os outros a descerem ao seu nível durante os diálogos. Posso mesmo dizer, que a sua experiência associativa (exerceu durante muitos anos os cargos principais no Ginásio Clube do Sul) foi o garante da estabilidade e do crescimento da SCALA nos primeiros anos.
O facto de ter um sentido ético muito vincado na sua personalidade, fazia com que fosse respeitado por todos (mesmo os que não tinham os mesmos valores...), pois o seu exemplo, e a sua dignidade, não davam espaço a qualquer tipo de devaneio.
A par destas qualidades foi também o grandes historiador do desporto almadense, com uma série de quatro volumes de "Desportistas Almadenses", impar no nosso país.
(Gente da História da SCALA - II - texto publicado inicialmente no blogue da SCALA)
(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)