segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

1920, um Ano Especial


1920 não foi apenas o ano do nascimento de Henrique Mota.

Nasceram também neste ano o Francisco Bastos, campeão e recordista nacional de atletismo atletismo, atleta internacional e grande amigo do Henrique.


Entre nós, o centenário mais festejado foi o de Amália Rodrigues, por todas as razões e mais algumas. Continua a ser a nossa grande figura do fado e da canção, foi a primeira e única a conseguir a consagração mundial, actuando nos principais palcos das grandes capitais mundiais.

Mas também fizeram 100 anos, Bernardo Santareno (dramaturgo), Germana Tânger (actriz), Sidónio Muralha (poeta), Mário Castrim (jornalista) Artur Agostinho (jornalista) Nadir Afonso (artista plástico) e Cruzeiro Seixas (artista plástico), que ficou a poucos dias de comemorar o centenário, com vida... entre outros.

Por esse mundo fora também festejaram o centenário Clarice Lispector (escritora), Charlie Parker (músico de jazz), Federico Fellini (cineasta) Charles Bukowski (escritor), João Cabral de Melo Neto (poeta), Mário Benedetti, e muitos outros que nos escaparam...


quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Uma Carta Especial...



Continuando com os seus "amores" desportivos, além do CF "Os Belenenses", o Ginásio Clube do Sul, foi o seu mais que tudo.

Foi atleta (de várias modalidades), treinador (também de mais que uma modalidade...) e dirigente (dos melhores da sua longa história).

Numa das muitas conversas que tivemos sobre desporto, desafiei-o a escolher os "onzes" preferidos das equipas de futebol destes seus "dois amores", apenas com jogadores almadenses.  Foi dando voltas à memória e escolhendo vários craques, de gerações diferentes, que o tinham encantado, tanto nos estádios e nos campos simples de futebol.

E depois falámos de possíveis "seleções nacionais" só com futebolístas do nosso Concelho...

Como o Henrique não ficou completamente satisfeito, sem eu saber levou "trabalho para casa", e dias depois recebi em casa uma carta, em que acabou por fixar na história as suas escolhas, com os melhores dos melhores, que publico aqui com a devida vénia e muita amizade (é algo que fica sempre dentro de nós...).


sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

A Paixão Azul do Henrique...


Henrique Mota foi atleta do Clube Futebol "Os Belenenses" (é uma pena não termos nenhuma fotografia com o Henrique vestido de azul), aquele que foi sempre o seu clube de coração.

Hoje poderá parecer estranho esta paixão, mas nos anos quarenta e cinquenta, o Belenenses era um grande no futebol, batia-se de igual com o Benfica, Sporting e FC Porto. Só não foi mais vezes campeão, porque foi várias vezes vitima de arbitragens desonestas (como a do famoso Calabote...), de homens vestidos de preto que gostavam mais do vermelho e do verde que do azul.


Além de ter sido Campeão Nacional em 1945/46, foi segundo classificado em 1936/37, 1954/55, 1972/73, e terceiro em 1939/40, 1940/41, 1941/42, 1942/43, 1944/45, 1946/47, 1947/48, 1948/49, 1953/54, 1955/56, 1956/57, 1958/59, 1959/60, 1975/76 e 1987/88.

Conquistou a Taça de Portugal em 1941/42, 1959/60, 1988/89 e foi finalista vencido em 1939/40, 1940/41, 1947/48, 1985/86 e 2006/07.

(Publicamos imagens de dos dos seus ídolos azuis, Artur José Pereira e Matateu)


quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Os "Contos Desportivos" de Henrique Mota


Entre a publicação do segundo e terceiro volume dos “Desportistas Almadenses”, Henrique Mota lançou em 1986 os seus “Contos Desportivos”, uma antologia de dezassete histórias, onde mistura a sua vivência com a imaginação, e até magia, no intuito de nos oferecer estórias baseadas em factos verídicos, onde relata a sua cultura desportiva, com particular realce para o atletismo, a sua modalidade de eleição.

O jornalista Sequeira Andrade agradado com a obra, afirmou[1]: «Aquilo não são contos. São, mais que isso, documentos comprovativos de um alto sentido humanista e testemunho de uma vida que se interessa pelas coisas boas, que as procura no dia-a-dia e que sobretudo, as descobre através da atractiva via do Desporto.»

Neste livro assistimos a denúncia de algumas jogadas menos claras, à vontade de ganhar a qualquer preço que invadiu os recintos desportivos, sempre com uma ponta de mágoa colocada a descoberto, graças ao grande sentido moral e ético do autor, para quem o desporto foi sempre uma “escola der virtudes”. Ideais pelos quais se bateu como atleta, treinador, juiz de atletismo e dirigente.

Um dos aspectos mais curiosos deste livro, é o seu último conto, no qual Henrique Mota consegue traçar a sua biografia desportiva, através de um diálogo bastante profícuo, com um interlocutor fictício.



[1] “Desportistas Almadenses”, 3º Volume, 1993, badanas.


(Transcrição do livro, "Henrique Mota, atleta, treinador, dirigente e escritor almadense", coordenado por Luís Alves Milheiro)


segunda-feira, 30 de novembro de 2020

O Testemunho dos Amigos (XXVIII)


«Henrique Mota, cidadão profundamente generoso e tolerante, impôs-se à admiração de quantos se perfilam perante a divulgação do desporto, e em particular, dos atletas que tanto honraram o honram o concelho.

O presente estudo que mantém o original e o estilo peculiar do Autor, ilustra a estrutura temática dos seus anteriores trabalhos, descrevendo o percurso e o quotidiano doas atletas, dos treinadores e dos seus clubes e colectividades, nas diferentes modalidades, desde o início das práticas desportivas até às honrosas posições alcançadas no concelho, no país e no estrangeiro.

Aqui prestamos a nossa homenagem aos desportistas biografados.

Ao Henrique Mota, o nosso reconhecimento, o nosso testemunho.


[Maria Emília Neto de Sousa, antiga presidente do Município de Almada]


(Fotografia da Colecção da SCALA)


terça-feira, 17 de novembro de 2020

O Testemunho dos Amigos (XXVII)


«Sou pouco dado a sortilégios, magias ou esoterismos: acho que é com os pés na terra que melhor se compreende o mundo. Daí a curiosidade de, repentinamente, ficar a matutar no número sete (o das vacas gordas e magras do sonho de Moisés; o dos dias da semana; o dos pecados mortais; o dos gnómicos sábios gregos; o mesmo número dos que eram contra Tebas na tragédia de Ésquilo…). Mas há uma explicação: é que – certamente sem o dramatismo histórico de outros setes atrás arrolados -, este é o sétimo livro de Henrique Mota! Sete livros de um falar e de uma comovente fidelidade sobre a nossa gente, motivada, naturalmente, pelo conhecimento de que não são, quase nunca, os famosos que constroem o mundo, mas sim os anónimos: aqueles cujo nome raramente ultrapassa o círculo da sua  rua, da família ou dos amigos.

Num tempo em que esquecer parece ser mais importante que recordar, Henrique Mota relembra, incansável mas gostosamente, nomes (e alcunhas…) de quem, por vezes quase socialmente invisível, foi sabendo deixar marcas na única vida que parece realmente existir para além da morte: a das memórias dos que os evocam. É a escrever que Henrique Mota nos diz que, afinal, é possível amar a vida sem lhe impor condições.»

[Marcelino Mota, psícólogo clínico]

(Fotografia de autor desconhecido)


quinta-feira, 12 de novembro de 2020

O Testemunho dos Amigos (XXVI)


«Com este terceiro volume de “Desportistas Almadenses”, Henrique Mota continua a prestar um cada vez mais relevante serviço não apenas à comunidade concelhia, que assim vê perpetuado em livro os nomes e os feitos dos ídolos da sua terra, como ao próprio movimento desportivo em geral, na medida em que lega para o porvir as glórias de mais alguns desportistas – almadenses por  naturalidade ou adopção.»

[Victor Aparício, escritor e associativista almadense]

(Fotografia de Luís Eme)


domingo, 8 de novembro de 2020

O Quarto Volume de "Desportistas Almadenses" (2)


Há alguns pontos na realização desta obra, que só não geraram polémica, porque alguns dos seus amigos preferiram salvaguardar a memória de Henrique Mota, embora ficassem cientes de que não tinha sido respeitada a vontade do autor, ao olharem a capa e a folhearem o livro. 

Em relação à "adenda" de algumas biografias publicada no final do livro, não iremos tecer grandes comentários, até porque durante a comemoração do 90.º aniversário de Henrique Mota, um dos seus familiares (que já devia saber da opinião de alguns amigos...) fez questão de vincar que o quarto volume estava conforme tinha sido vontade do autor, fazendo a defesa do coordenador da edição. Não obteve qualquer resposta, porque estava-se a festejar Henrique Mota, e ele era muito mais importante que qualquer diferença de pontos de vista sobre o seu último livro.

Infelizmente, cada vez somos menos os amigos que sabemos qual era a vontade de Henrique Mota (além de mim, penso que só há dois amigos entre nós, que poderão falar sobre isso...). Por exemplo, em relação à tal "adenda", apenas acrescentamos que, tal como o Henrique pensava, o que foi publicado menoriza a obra e os atletas biografados. E ficamo-nos por aqui.

O que é realmente polémico e não cumpre, nada, à vontade de Henrique Mota, é o vazio que foi colocado na contracapa (primeira imagem) e nas badanas deste seu últimos volume, contrariando o que aconteceu em todas as suas outras obras literárias publicadas (exemplo na segunda imagem). 

Não estamos a falar levianamente. Não só sabemos da existência de um texto biográfico e de uma fotografia escolhida para a contracapa (fomos nós que passámos o texto a limpo no computador), como também de dois outros pequenos textos um para cada badana, pedidos pelo autor a dois dos seus amigos.

Pensamos que se há um volume onde fazia sentido existir um registo biográfico, seria neste quarto volume, por ser uma edição póstuma. Esse registo contribuiria para que se mantivessem vivos, tanto a sua imagem como a sua história biográfica, em vez do vazio que foi publicado. Qualquer pessoa que consultasse este livro nas bibliotecas, ficava com uma imagem do autor e a saber quem era Henrique Mota...

(Nota: este texto é da autoria de Luís Milheiro, assim como todos os restantes)


sábado, 7 de novembro de 2020

O Quarto Volume de "Desportistas Almadenses" (1)


O quarto volume de "Desportistas Almadenses", da autoria de Henrique Mota, embora já estivesse praticamente pronto, a quando do seu falecimento (2001), só seria publicado em 2004.

Por todas as razões, acaba por ser o volume mais actual, pois uma grande parte dos 43 biografados ainda se mantinham em actividade nas modalidades desportivas das quais eram campeões, internacionais e recordistas, a quando do trabalho de investigação histórica do autor. Há duas modalidades que merecem um destaque especial neste volume, a natação e o judo, cujos os atletas estão bem representados (15 biografados) e proporcionaram excelentes resultados desportivos em Almada, com um relevo especial para o título europeu de juniores conquistado por Ana Francisco na natação.

Graças à grande qualidade desportiva do concelho foi possível a Henrique Mota manter os seus critérios, de grande exigência, para que só constassem nos seus volumes de "Desportistas Almadenses", verdadeiros campeões.

Há alguns pontos que merecem uma atenção especial na realização desta obra, uma vez que não foi respeitada a vontade do autor no seu resultado final, que iremos abordar amanhã. 

Felizmente a capa manteve a fotografia de Luís Figo, num belo trabalho gráfico. É uma boa homenagem, penso que ninguém deverá ter qualquer dúvida de que Figo continua a ser a principal referência desportiva da história do Concelho de Almada.


quarta-feira, 4 de novembro de 2020

O Testemunho dos Amigos (XXV)


«
Falar de Henrique Mota, o cidadão simples, tolerante, desportista e amigo, é fácil, ele tem dedicado grande parte da sua vida ao associativismo e ao desporto, como atleta, treinador e dirigente, para nos últimos anos se dedicar à escrita onde já é autor de oito livros dos quais destaco os quatro volumes de “Desportistas Almadenses”, os quais representam um tesouro inestimável no campo cultural e desportivo do nosso concelho e até mesmo a nível nacional.
Durante a sua vida foi um lutador indomável, através de um labor invejável e de uma dedicação notável, assim como de uma entrega total.
Seria pois uma ingratidão como almadense, não deixar pública a minha amizade e gratidão e dizer-lhe, obrigado Amigo, que viva por muitos anos.»

[Humberto Borges, treinador de andebol e associativista]

(Fotografia de autor desconhecido)


sábado, 31 de outubro de 2020

O Testemunho dos Amigos (XXIV)


«Opinar sobre um “Cacilheiro” e Amigo da qualidade de Henrique Mota, Homem com um H grande não é coisa fácil.

Amigo do seu amigo, Chefe de Família exemplar, desportista de moral intocável e escritor de obras editadas em que as suas ideias são transportadas para o papel com a facilidade de interpretação que nos dá ideias de as vivermos.

Pela amizade que me merece, tenho receio de não ser justo na minha apreciação e não ter mais capacidade de exprimir a minha opinião com todas as qualidades que o Mota é merecedor e as possui.»

[Ludgero Brás, antigo comandante dos Bombeiros Voluntários de Almada]

(Fotografia de João Ricardo)


terça-feira, 27 de outubro de 2020

O Testemunho dos Amigos (XXIII)


Henrique Mota, desportista e associativista de sempre, de há anos a esta parte, dentro de uma humildade que lhe reconhecemos, portanto, sem alardes, tem vindo a fazer a recolha de dados biográficos de figuras almadenses, que no campo desportivo se alcandoravam aos lugares cimeiros.

Este seu valioso trabalho, que julgamos ímpar entre nós, sem qualquer favor vem preencher um vazio que neste vasto sector se faz sentir.

Assim, todas estas figuras retratadas e passadas à estampa em livros a que foi dado o título de “Desportistas Almadenses”, não só fixam para todo o sempre estes campeões das diversas modalidades desportivas, como por outro lado contribuem para um melhor conhecimento dos valores existentes na terra de Almada. E como é sabido a História não é só feita de grandes coisas, antes, porém, é a reunião de significativos dados e pormenores, caso de “Desportistas Almadenses”.

Henrique Mota, que em 1972, num tempo em que nada era fácil, organizou os primeiros jogos desportivos do Concelho de Almada, e com este seu trabalho de investigação desportiva, presta mais outro serviço em geral ao Desporto e em particular a Almada.

Por tudo isto, por uma grande amizade que nos une a Henrique Mota, companheiro e amigo, os nossos parabéns.

 [Manuel Lourenço Soares, jornalista e escritor almadense]

(Fotografia de Álvaro Costa)


sexta-feira, 23 de outubro de 2020

O Terceiro Volume de "Desportistas Almadenses"


«Em 1993 foi lançado o terceiro volume dos “Desportistas Almadenses”, com mais quarenta e duas biografias, reforçando o excelente naipe de atletas da Margem Sul, totalizando cento e doze biografias, no conjunto dos três volumes, embora algumas fossem o complemento desportivo de atletas que ainda estavam em actividade. Dois desses exemplos foram Oceano Cruz e Luís Figo, jogadores internacionais  que ainda tinham muito a dar ao futebol, especialmente Figo.

A capa do pintor almadense, Louro Artur, é muito feliz.»


terça-feira, 20 de outubro de 2020

O Testemunho dos Amigos (XXII)


«Desde sempre, Henrique Mota tem sabido transmitir-nos uma realidade através da sua obra, fruto de um trabalho árduo de pesquisa e investigação: Almada é, de facto, uma cidade do Desporto e de Desportistas.

O conjunto da sua obra é curiosíssimo: passa pela colectânea “Desportistas Almadenses” e “Contos Desportivos”, personaliza-se no amor à Terra e ao Clube que com ele cresceram através de “Ginásio Clube do Sul”, que escreveu de parceria com Fernando Barão, e mais recentemente, “Personalidades Cacilhenses” – eis todo um passado e presente ricos de testemunhos que vão agora ser complementados com “Memorando”.

É uma prosa em que se revisitam pessoas (os nossos avós, amigos, conhecidos), lugares, histórias de ontem, de hoje, de sempre… é o sortilégio do desporto, num homem que, para ser um Campeão, não precisou de calçar as “chuteiras”, ou pegar num “dardo”. A sua Medalha de Ouro há muito já está conquistada. Eis o perfil de um homem simples, comum, que connosco convive, um cidadão de que Almada se orgulha e que muito admiramos.»

[Luís Fernando, professor e treinador de andebol]

(Ilustração de Anyana)

 

sábado, 17 de outubro de 2020

O Testemunho dos Amigos (XXI)


«Sinto-me muito honrado em falar de Henrique Mota, homem integro, desportista exemplar, que tivemos a ventura de conhecer através do “nosso” Belenenses e depois trabalhando na organização dos Primeiros Jogos Juvenis do Concelho de Almada – 1972.

MEMORANDO, o seu sétimo livro vai certamente encantar os leitores com as suas memórias recolhidas através dos tempos, de uma actividade incrível em variados sectores, descritos, pela sua literatura, simples e escorreita. Acrescido pela sua pesquisa em encontrar os nomes e apelidos de 360 figuras de cacilhenses.

Não posso deixar de evocar neste simples testemunho, a sua magnífica obra, “Desportistas Almadenses”, única em todo o país, que muito particularmente me “toca” pelo seu conteúdo.

Certíssimo que o sétimo livro vai ser como os anteriores, um êxito, os meus sinceros parabéns.»

[José Freitas, treinador de natação]

(Fotografia de autor desconhecido)


terça-feira, 13 de outubro de 2020

O Segundo Volume de "Desportistas Almadenses"


«Claro que a escolha de apenas quarenta e dois almadenses num universo bastante rico, fez com que algumas pessoas questionassem o autor[1] sobre a razão de os seus familiares, valorosos desportistas, não constarem no livro. Isto fez com que Henrique Mota começasse a preparar o segundo volume que seria publicado nove anos depois, em 1984, com trinta e nove biografias. Desta vez já com a inclusão de atletas ainda em actividade.

Romeu Correia voltou a apresentar a obra com uma crónica-prefácio intitulada, “Outros Tempos, Outros Atletas”, onde realça[2] a importância da obra do autor, como fonte de pesquisa no futuro: «Ao dar à estampa esta nova série de pequenas biografias, Henrique Mota enriquece e actualiza o grande mosaico desportivo do nosso concelho. Contribuição indispensável para um mais vasto estudo, que certamente não deixará de ser feito.»



[1]  Nota de Autor do 2º volume de “Desportistas Almadenses”, 1994.

[2]  “Desportistas Almadenses”, 2º Volume, 1984, p 5.


(Texto da autoria de Luís Alves Milheiro, extraído do livro, "Henrique Mota, atleta, treinador, dirigente e escritor almadense", editado em 2010 pela SCALA)


sábado, 10 de outubro de 2020

O Testemunho dos Amigos (XX)


«Ao pensar no homem, ocorrem-me inúmeros adjectivos que a amizade sugere e o respeito impõe.

Ao pensar na Obra, duas palavras aparecem – Leitura Obrigatória.

Não da nossa parte, admiradores e amigos, para quem a leitura da sua obra constitui sempre um momento de prazer e agradável recordar, mas para todos aqueles que de algum modo têm responsabilidades na Educação deste país.

E também para os jovens, algumas vezes com opções erradas na vida, por não compreenderem o valor das alternativas de que dispõem.

Expliquemo-nos:

Hoje em dia é preocupação expressa pelas pessoas das Ciências da Educação e Educadores em geral a necessidade de proporcionar aos jovens vivências para além da sala de aula e que a Educação continue Fora da Escola.

O senhor Mota (como me habituei a dizer há dezenas de anos) nos seus livros e outros escritos, dá testemunho do que foi a PRÁTICA de gerações de Homens Bons, em prol do bem comum, e no criar de condições para que milhares de jovens fizessem a opção certa.

É a sua forma de nos transmitir uma herança, que todos no nosso dia a dia, nos devemos esforçar por merecer.»

[Carlos Bule, professor, treinador e dirigente almadense]



quarta-feira, 7 de outubro de 2020

O Primeiro Volume de "Desportistas Almadenses" (2)


É importante referir que esta primeira obra de Henrique Mota teve um excelente acolhimento por parte do povo almadense e da generalidade da comunicação social.

O jornalista e escritor Carlos Pinhão escreveu o seguinte[1] nas páginas do jornal “A Bola”: «Chama-se “Desportistas Almadenses” o livro que Henrique Mota acaba de publicar e que é, antes de mais, um caso de Amor. De dois amores. Por Almada. Pelo Desporto.

Trata-se de uma série de biografias de quase meia centena de desportistas da terra que atingiram, no plano desportivo, notoriedade não só local, mas também a nível nacional (campeões, recordistas) e alguns até com projecção internacional.»

Não deixa de ser curioso e interessante, observar a componente política presente nas críticas feitas ao livro, devido ao fervor revolucionário que ainda se sentia no país, libertado de uma longa ditadura de quase meio século. A crítica de Luís Alves, publicada[2] nas páginas de “O Século” é um bom exemplo: «Do seu inventário, que é um trabalho único no País, que só um devotado às duas causas – socialismo e desporto – poderia levar a cabo, um trabalho exaustivo e apaixonante que consumiu meses de pesquisa e contactos, se encarregou Henrique Mota, um daqueles antigos jovens que, bem pode orgulhar-se do honesto inventário desportivo que agora oferece ao seu progressivo concelho.»

Viriato Mourão também mantém um discurso[3] sociopolítico em relação à primeira obra de Henrique Mota, nas páginas do “Diário Popular”: «Na sua base, a obra é um original inventário desportivo de 42 biografias de atletas, cobrindo cerca de 70 anos de prática desportiva, no concelho de Almada, onde hoje se repensa o desporto e o espectáculo desportivo em termos que já não admitem a alienação das massas. O documento carinhosamente forjado ao longo de anos de pesquisa por Henrique Mota, treinador de várias modalidades, constitui acima de tudo, uma preciosa contribuição para o historial de Almada progressista cujo quotidiano dos últimos decénios transparece para além dos registos numéricos, frios, através de imagens que passam à história, e de declarações tantas vezes pitorescas.»



[1] “A Bola”, de 16 de Fevereiro de 1976.

[2] “O Século”, de 20 de Fevereiro de 1976.

[3]  “Diário Popular”, de 28 de Junho de 1976.


(Texto da autoria de Luís Alves Milheiro, extraído do livro, "Henrique Mota, atleta, treinador, dirigente e escritor almadense", editado em 2010 pela SCALA)


(Fotografia da Colecção Particular de HM)


terça-feira, 6 de outubro de 2020

O Primeiro Volume de "Desportistas Almadenses" (1)


«Henrique Mota começou por escrever várias biografias desportivas nas páginas do “Jornal de Almada”. Foi de tal forma bem sucedido que o passo seguinte seria a sua publicação em livro, também com a chancela do semanário almadense. Em 1975, quando se davam os primeiros passos da democracia, após a Revolução de Abril, Henrique estreou-se como escritor, com o primeiro volume dos “Desportistas Almadenses”, o primeiro de quatro volumes biográficos das grandes figuras do desporto local (o último volume foi editado postumamente), que são autênticos “Subsídios para a História do Desporto no Concelho de Almada”, como fez questão de referir na capa da sua obra de estreia.

Só uma pessoa com uma presença constante nos meios desportivos locais, desde os anos trinta até à actualidade, poderia construir uma obra tão completa. A sua principal virtude foi ter a coragem de colocar no papel a vida e obra das primeiras grandes figuras do desporto almadense que obtiveram resultados dignos de realce a nível nacional e internacional, comprovados pelas suas biografias.

Romeu Correia no início da sua carta-prefácio[1] com que abre o primeiro volume, sintetizou muito bem o que acabámos de referir: […] «Sem este teu curioso e oportuno trabalho corríamos o risco de não sabermos no futuro o que foi a prática desportiva em Almada e até as modalidades praticadas por alguns dos seus mais destacados atletas […]»

Outro dado curioso foi o facto de Henrique Mota se ter iniciado como escritor, depois da Revolução de Abril, já com cinquenta e cinco anos de idade. Só a abertura democrática tornou possível a transformação em livro dos seus artigos biográficos[2] publicados no “Jornal de Almada”, entre 1973 e 1975, dedicados a atletas já retirados da actividade. Esta iniciativa foi a preparação do “parto feliz” da extraordinária série documental, “Desportistas Almadenses”, que culminou com a publicação póstuma do seu quarto volume, que já estava terminado, antes do autor se despedir de nós.


[1] “Desportistas Almadenses”, Henrique Mota, 1975, p 5.

[2] “Velhos Ídolos Almadenses”, série de artigos publicados no “Jornal de Almada, entre 1973 e 1975.


(Texto da autoria de Luís Alves Milheiro, extraído do livro, "Henrique Mota, atleta, treinador, dirigente e escritor almadense", editado em 2010 pela SCALA) 


domingo, 4 de outubro de 2020

O Testemunho dos Amigos (XIX)

«Mais um livro do meu bom amigo Henrique Mota. E vão sete…

Uma vida inteira dedicada ao Desporto. Atleta de gabarito, técnico salvador, juiz preciso e justo, dirigente da mais alta estirpe, Henrique Mota quia deixar para a posteridade uma contribuição maior  em prol do Desporto (e não só…) da Nossa Terra: os seus livros.

Através deles teremos sempre oportunidade de rever os conterrâneos e conterrâneos que, pelos tempos fora, contribuíram com os seus esforços e talentos para o engrandecimento do Concelho de Almada, bem como as pequenas histórias, dramáticas ou pitorescas, por ele vividas e perpetuadas nos livros de Henrique Mota.

Cerca de 25 anos são passados desde a edição do seu primeiro livro, Desportistas Almadenses – Volume I. Quanta dedicação, espírito de sacrifício e abnegação pata a concretização de tão ingente tarefa. Quantas centenas de horas de contactos, entrevistas, consultas, pesquisa e recolha de dados. Contributo imenso para a história da nossa terra e das nossas gentes.

Dedicado membro do Ginásio com atleta, técnico, dirigente e principal obreiro do pavilhão do Ginásio Clube do Sul, por tudo o que tem feito pelo seu clube de longa data e pelo muito que devotadamente tem contribuído para o desenvolvimento do seu Ginásio e do Desporto da nossa terra, bem merece a nossa homenagem e o nosso agradecimento.

E que melhor maneira de homenageá-lo do que dar ao pavilhão pelo qual ele tanto lutou e contribuiu o seu nome: PAVILHÃO HENRIQUE MOTA. Não encontro melhor maneira de dizer obrigado ao homem que durante a maior parte dos seus quási oitenta anos pugnou pelo engrandecimento do seu Ginásio.

Daqui das longínquas paragens da Columbia Britânica no Canadá espero saber que as gentes do Ginásio Clube do Sul lhe fizeram essa justiça.

Bem haja Henrique Mota pelo muito que tem feito pelo Desporto e pela nossa Terra.

Aquele abraço do amigo e admirador.»

[Germano Gonçalves, professor de educação física]


(Fotografia de Luís Eme - Cova da Piedade)


quinta-feira, 1 de outubro de 2020

O Testemunho dos Amigos (XVIII)


Conheci o senhor Henrique Mota, num dia, já lá vão alguns anos – em que fui ao Ginásio assistir a uma Assembleia Geral do Clube. Era então presidente da Assembleia Geral. Nesse dia, passava o testemunho. A intervenção que fez marcou-me pela clareza e simplicidade do gesto e pela mensagem que deixou para o futuro.

Entrei mais tarde, para os Corpos Gerentes do Ginásio e na relação que esse facto proporcionou, cimentei ainda mais a ideia, antes adquirida, sobre a figura, cuja bonomia e nobreza de carácter, voluntarismo e tenacidade, fazem dele uma pessoa admirável.

As obras já publicadas revelam-nos um homem de cultura, com uma memória extraordinária, contribuindo, dessa forma, para o enriquecimento da história local, ao trazer ao nosso conhecimento aspectos do passado, cuja riqueza e originalidade nos enche de entusiasmo.

Um novo livro de Henrique Mota é sempre mais um contributo forte para o nosso património cultural. A expectativa é enorme e mobiliza todos.

Ele habituou-os a isso!

[Miguel Duarte, associativista almadense]


(Fotografia de Luís Eme)

terça-feira, 29 de setembro de 2020

O Testemunho dos Amigos (XVII)


«Escrever sobre hábitos e pessoas é necessariamente, não só conhecê-los, mas sobretudo vivê-los de perto e senti-los.

A escrita é uma permuta.

Antes de se dar, recebe-se.

Só com sentimentos e simplicidade se consegue.

O tema não é fácil de abordar sem se cair na ironia ou menos dignidade.

O Henrique consegue-o, porque tem alma delicada.

Sempre foi assim.

São dons herdados? Sem dúvida!

Aquilo que eu conheci, ainda jovenzita e que sempre admirei.

Cacilhas tomou-o nos braços e o Henrique retribuiu com a escrita as lembranças mais queridas da sua gente.

Parabéns por mais um livro e um obrigado cheio de admiração.

Rosa, a do Mestre Zé Carpinteiro.»

[Rosa Almeida, amiga cacilhense]


(Fotografia do Arquivo Histórico da SCALA)


domingo, 27 de setembro de 2020

"A Tertúlia do Repuxo"


O "Café Repuxo" da praça Gil Vicente, quase na fronteira entre Cacilhas e Almada, recebeu durante mais de duas décadas anos alguns amigos que enchiam algumas das suas mesas para falar de associativismo, literatura, história, desporto, política, e tudo o mais que quisesse ser tema de conversa.

Naturalmente este encontro de amigos tornou-se conhecido como a "Tertúlia do Repuxo". E foi também nas mesas deste café que foi amadurecida a ideia de se criar no concelho de Almada, uma Associação Cultural. Algo que aconteceria a 5 de Março de 1994, com a fundação da SCALA - Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada.

Henrique Mota, Fernando Barão, Abrantes Raposo, Victor Aparício, Artur Vaz e Diamantino Lourenço foram os primeiros tertulianos, a quem se juntariam, pouco tempo depois, José Luís Tavares, Jorge Gomes Fernandes, e de uma forma mais esporádica, Henrique Costa Mota, Virgolino Coutinho e Álvaro Costa. Quando a SCALA estava quase a nascer, apareceu o Luís Milheiro, depois ainda surgiria José Luís Guimarães (por pouco tempo...) e Luís Bayó Veiga (já no começo do novo milénio), que foi um dos últimos tertúlianos, juntamente com Luís Milheiro e Diamantino Lourenço.

Esta evocação à "Tertúlia do Dragão" deve-se também ao falecimento há três dias de Abrantes Raposo, que também se manteve na tertúlia quase até ao fim (foram os problemas de saúde que o começaram a afastar...).

O amigo dilecto de Henrique Mota nesta tertúlia era Luís Milheiro, porque ambos gostavam muito de desporto (tinham praticado atletismo os dois e gostavam de praticamente todas as modalidades desportivas...) e quando a conversa versava sobre futebol, atletismo ou outra modalidade, os outros elementos, mais dados às "intelectualidades", formavam outro grupo de conversas. Três dias antes de Henrique Mota se despedir de nós, estiveram os dois à conversa no "Repuxo" sobre o quarto volume dos "Desportistas Almadenses", que estava praticamente pronto e seria publicado postumamente...

(Fotografia de Luís Eme)


sexta-feira, 25 de setembro de 2020

O Testemunho dos Amigos (XVI)


«Publicista da temática desportiva, Henrique Mota é autor de um dos seus mais importantes contributos biográficos, a obra “Desportistas Almadenses”, agora mais enriquecida com este volume.

Abnegado lutador pela expansão da cultura física, tanto como atleta ou como dirigente, Henrique Mota faz parte daquele punhado de almadenses, por adopção, que através da escrita lutam para o engrandecimento de Almada, divulgando a sua história e as suas gentes.

Sendo a amizade um tesouro inestimável, não poderia neste meu testemunho deixar de expressar toda a minha admiração e gratidão, pois estou convicto que este seu novo livro, irá como os anteriores, tornar mais rica a monografia de Almada.»

[Artur Vaz, escritor e associativista almadense]

(Fotografia de Luís Eme)


terça-feira, 22 de setembro de 2020

"A Tertúlia do Café Central"


Henrique Mota gostava de muito de estar e conversar com os seus amigos. Essa talvez seja a razão mais forte para que fizesse parte de mais do que uma tertúlia, nos cafés de Almada.

As duas mais importantes foram a "Tertúlia do Repuxo", e a "Tertúlia do Café Central". A primeira tinha mais especificidades culturais e funcionava semanalmente. A segunda era sobretudo um encontro de amigos, que falavam de tudo e de mais alguma coisa e cuja frequência era quase diária. Pensamos que foram contemporâneas e funcionaram desde o final dos anos 1980 até ao começo do novo milénio.

Foi nesta tertúlia quer tive o prazer de conhecer grandes vultos do desporto, da cultura e do associativismo almadense, com que fiz amizade e aprendi muitas coisas sobre Almada. Falo de Arménio Reis, Carlos Durão, Francisco Bastos, Miguel Cantinho, Jaime Feio, Francisco Avelar, João Mangorrinha, Orlando Avelar. E também de António Calado, Diamantino Lourenço, Manuel Gil, Joaquim Coelho, e outros amigos que eram menos assíduos.

Lembrámo-nos desta "Tertúlia" porque soubemos que no dia 16 de Setembro despediu-se de nós, o Manuel Gil, uma figura lendária de Almada. que além de ser bastante culto, era o que podemos chamar de um poeta repentista, capaz de oferecer quadras aos seus amigos, nos momentos de boa disposição, muitas vezes jocosas.

(Fotografia do Arquivo Histórico da SCALA - Henrique Mota na companhia de Arménio Reis e Francisco Bastos)


sábado, 19 de setembro de 2020

O Testemunho dos Amigos (XV)

«Mantenho uma relação de conhecimento e de amizade com o Henrique Mota que passa já muito dos quarenta anos. Quasi meio século… Tanto tempo meu Deus!

Mas o que é de salientar neste relacionamento comum, de tão longa data, é que em momento algum, a minha consideração e respeito pelo Henrique Mota, foi abalada, nem mesmo simplesmente beliscada.

As suas opiniões e as suas tomadas de posição, mesmo entre amigos, foram sempre ponderadas e pautadas por elevados critérios de lucidez, de dignidade e de extrema sensibilidade humana, os quais não lhe permitiam faltar à verdade e ceder a pressões de muitos, mesmo contra um só, desde que a razão estivesse do lado deste.

Quando falo com o Henrique Mota noto um facto muito curioso e não muito usual. Ele olha-nos nos olhos, não foge com o olhar durante o diálogo e através desse olhar franco e do seu sorriso aberto e generoso, posso constatar a grandeza e ao mesmo tempo a sinceridade e humildade da sua alma.

Quando, com o passar dos anos, passei a ter mais tempo para me interrogar melhor sobre mim próprio, sobre as coisas e sobre os outros, procurei desvendar o segredo, o mistério que fizeram do Henrique Mota um “Homem de Eleição”, um homem simples que não se deixou subverter pelas honrarias e que continua, sem descanso, a preocupar-se com o próximo, divulgando deste tudo o que ele faz e tem de bom.

Cheguei a esta conclusão:

O Henrique Mota nas suas inúmeras actividades de desportista, de técnico desportivo, de juiz de provas atléticas, de dirigente desportivo, de historiador desportivo, actividades essas que, aliás, desenvolveu sempre com trabalho persistente, esforçado e criterioso, dizia eu, dessas actividades bebeu avidamente toda a “Essência” que transborda da prática desportiva nas suas várias vertentes, mas sempre em que o “Desporto” representa verdadeiramente uma “Escola de Virtudes”, uma “Escola de Formação de Homens Íntegros”.

Quando o Henrique Mota termina uma das suas obras e lhe peço para me autografar o correspondente livro é com uma enorme emoção que o vejo escrever:

“Para o Professor Silva Marques com grande amizade e consideração do Henrique Mota”.

Bem haja Henrique Mota. Tenho um enorme orgulho em ser considerado por si como “Amigo”.»

[António Silva Marques, professor de educação física]

(Fotografia de Luís Eme)


quinta-feira, 17 de setembro de 2020

O Testemunho dos Amigos (XIV)


«Atleta, juiz, dirigente – um percurso rico que Henrique Mota quis enriquecer, dedicando a quase totalidade do seu tempo na procura para publicar “Desportistas Almadenses”.
Neste III volume completa-se um ciclo de grandes valores almadenses do desporto que Henrique Mota com o seu magnífico trabalho, não deixou que ficassem ignorados.
É uma contribuição preciosa para o engrandecimento do concelho de Almada e das suas gentes.»

[José Luís Tavares, antigo árbitro e dirigente associativo]

(Fotografia do Arquivo Histórico da SCALA)

terça-feira, 15 de setembro de 2020

O Testemunho dos Amigos (XIII)


«Henrique Mota, embora não tenha nascido em Almada, é um Cacilhense assumido e um cidadão de Almada por direito próprio, com reconhecimento Municipal conquistado pelo mérito do seu longo, persistente e valioso trabalho com diversas facetas, a favor da comunidade em que se inseriu.
Desportista (Atleta – Treinador – Juiz – Dirigente - nomeadamente no seu Ginásio Clube do Sul), Escritor. A todas estas actividades Henrique Mota tem dado o seu melhor com alma, coração e competência.
Na sua faceta de biógrafo e contador de histórias, que agora se mostra mais uma vez, trabalha como sempre o fez, pelo prazer de compartilhar os seus conhecimentos acumulados ao longo da sua vida, registando os feitos daqueles que no Desporto, no Associativismo, nas Artes, nas Letras e nas suas actividades profissionais mais se distinguiram, no seu entender, contribuindo, assim, para a construção da memória colectiva das gentes desta região.
Ao Ginásio Clube do Sul, de que é figura de proa há muitos anos, dedicou muito do seu tempo, da sua energia e querer, contribuindo decisivamente para o seu progresso e desenvolvimento, tendo ainda, em parceria com Fernando Barão, produzido a obra, “GINÁSIO CLUBE DO SUL – 75 ANOS DE GLÓRIA”, que resume a história deste Clube ao longo de 75 anos de vida.
Por todo este trabalho e dedicação.

Bem haja Henrique Mota.»

[António Raposo, dirigente associativo]

Fotografia de Luís Eme)
                                                              

sábado, 12 de setembro de 2020

(Carta para um Amigo que só pode morar no céu e que fez ontem cem anos)


«Nós que estamos cá em baixo, não sabemos rigorosamente nada do que se passa aí em cima. Só os frequentadores de templos é que fingem saber mais que o comum dos mortais e até falam no paraíso e no inferno, perante a nossa indiferença e cepticismo.
Se por acaso, tiveste a oportunidade de espreitar, viste um grupo de gente - mais do que é aconselhável nesta época, embora estivéssemos todos de máscara -, que te quis homenagear neste teu dia. 
Reconheceste os teus três queridos filhos, netos, bisnetos (que já vieram ao mundo depois de partires...) e mais alguns familiares. Depois olhaste com satisfação para alguns amigos e com curiosidade para os conhecidos e desconhecidos que também quiseram estar contigo.


Foi dado alguma solenidade a esta homenagem, pois além das flores colocadas junto à placa com o teu nome, houve as palavras habituais de circunstância, ditas por autarcas e associativistas, que à excepção do teu filho Henrique, quase só ouviram falar de ti... e talvez tenham folheado algum dos teus livros, de manhã, para escolherem uma ou outra palavra bonita que te identificasse.
Não sei o que disseram porque o vento foi levando as palavras para toda a parte e só mesmo quem estivesse perto dos "bem falantes" é que te poderia contar o que foi dito.
No meio destes discursos, aqueles que te conheceram bem (éramos mais de meía-dúzia...), olharam uma ou outra vez para o céu, à procura de um sinal de ti. Sabem que se existe mesmo um lugar paradisíaco no além, tu estás lá, porque és uma das melhores pessoas  com quem partilhámos amizade, bom, digno e integro, em todas as horas.»

(Fotografias de Luís Eme - Almada)

(transcrição do texto e das imagens publicados no blogue "Casario do Ginjal", a 11 de Setembro)

"Henrique Mota: a amizade e a dignidade sem preço"

  Foi Henrique Mota que me trouxe para a "universo scalano" (ainda antes da fundação da SCALA), mas não é por isso que o considero...