Só uma pessoa com uma presença constante nos meios desportivos locais, desde os anos trinta até à actualidade, poderia construir uma obra tão completa. A sua principal virtude foi ter a coragem de colocar no papel a vida e obra das primeiras grandes figuras do desporto almadense que obtiveram resultados dignos de realce a nível nacional e internacional, comprovados pelas suas biografias.
Romeu Correia no início da sua
carta-prefácio[1]
com que abre o primeiro volume, sintetizou muito bem o que acabámos de referir:
[…] «Sem este teu curioso e oportuno trabalho corríamos o risco de não sabermos
no futuro o que foi a prática desportiva em Almada e até as modalidades
praticadas por alguns dos seus mais destacados atletas […]»
Outro dado curioso foi o facto de Henrique Mota se ter iniciado como escritor, depois da Revolução de Abril, já com cinquenta e cinco anos de idade. Só a abertura democrática tornou possível a transformação em livro dos seus artigos biográficos[2] publicados no “Jornal de Almada”, entre 1973 e 1975, dedicados a atletas já retirados da actividade. Esta iniciativa foi a preparação do “parto feliz” da extraordinária série documental, “Desportistas Almadenses”, que culminou com a publicação póstuma do seu quarto volume, que já estava terminado, antes do autor se despedir de nós.
[1] “Desportistas Almadenses”,
Henrique Mota, 1975, p 5.
[2] “Velhos Ídolos Almadenses”, série de artigos publicados no “Jornal de Almada, entre 1973 e 1975.
(Texto da autoria de Luís Alves Milheiro, extraído do livro, "Henrique Mota, atleta, treinador, dirigente e escritor almadense", editado em 2010 pela SCALA)
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