quarta-feira, 7 de outubro de 2020

O Primeiro Volume de "Desportistas Almadenses" (2)


É importante referir que esta primeira obra de Henrique Mota teve um excelente acolhimento por parte do povo almadense e da generalidade da comunicação social.

O jornalista e escritor Carlos Pinhão escreveu o seguinte[1] nas páginas do jornal “A Bola”: «Chama-se “Desportistas Almadenses” o livro que Henrique Mota acaba de publicar e que é, antes de mais, um caso de Amor. De dois amores. Por Almada. Pelo Desporto.

Trata-se de uma série de biografias de quase meia centena de desportistas da terra que atingiram, no plano desportivo, notoriedade não só local, mas também a nível nacional (campeões, recordistas) e alguns até com projecção internacional.»

Não deixa de ser curioso e interessante, observar a componente política presente nas críticas feitas ao livro, devido ao fervor revolucionário que ainda se sentia no país, libertado de uma longa ditadura de quase meio século. A crítica de Luís Alves, publicada[2] nas páginas de “O Século” é um bom exemplo: «Do seu inventário, que é um trabalho único no País, que só um devotado às duas causas – socialismo e desporto – poderia levar a cabo, um trabalho exaustivo e apaixonante que consumiu meses de pesquisa e contactos, se encarregou Henrique Mota, um daqueles antigos jovens que, bem pode orgulhar-se do honesto inventário desportivo que agora oferece ao seu progressivo concelho.»

Viriato Mourão também mantém um discurso[3] sociopolítico em relação à primeira obra de Henrique Mota, nas páginas do “Diário Popular”: «Na sua base, a obra é um original inventário desportivo de 42 biografias de atletas, cobrindo cerca de 70 anos de prática desportiva, no concelho de Almada, onde hoje se repensa o desporto e o espectáculo desportivo em termos que já não admitem a alienação das massas. O documento carinhosamente forjado ao longo de anos de pesquisa por Henrique Mota, treinador de várias modalidades, constitui acima de tudo, uma preciosa contribuição para o historial de Almada progressista cujo quotidiano dos últimos decénios transparece para além dos registos numéricos, frios, através de imagens que passam à história, e de declarações tantas vezes pitorescas.»



[1] “A Bola”, de 16 de Fevereiro de 1976.

[2] “O Século”, de 20 de Fevereiro de 1976.

[3]  “Diário Popular”, de 28 de Junho de 1976.


(Texto da autoria de Luís Alves Milheiro, extraído do livro, "Henrique Mota, atleta, treinador, dirigente e escritor almadense", editado em 2010 pela SCALA)


(Fotografia da Colecção Particular de HM)


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