É importante referir que esta primeira
obra de Henrique Mota teve um excelente acolhimento por parte do povo almadense
e da generalidade da comunicação social.
O jornalista e escritor Carlos Pinhão
escreveu o seguinte[1]
nas páginas do jornal “A Bola”: «Chama-se “Desportistas Almadenses” o livro que
Henrique Mota acaba de publicar e que é, antes de mais, um caso de Amor. De
dois amores. Por Almada. Pelo Desporto.
Trata-se de uma série de biografias de
quase meia centena de desportistas da terra que atingiram, no plano desportivo,
notoriedade não só local, mas também a nível nacional (campeões, recordistas) e
alguns até com projecção internacional.»
Não deixa de ser curioso e interessante,
observar a componente política presente nas críticas feitas ao livro, devido ao
fervor revolucionário que ainda se sentia no país, libertado de uma longa
ditadura de quase meio século. A crítica de Luís Alves, publicada[2] nas
páginas de “O Século” é um bom exemplo: «Do seu inventário, que é um trabalho
único no País, que só um devotado às duas causas – socialismo e desporto –
poderia levar a cabo, um trabalho exaustivo e apaixonante que consumiu meses de
pesquisa e contactos, se encarregou Henrique Mota, um daqueles antigos jovens
que, bem pode orgulhar-se do honesto inventário desportivo que agora oferece ao
seu progressivo concelho.»
Viriato Mourão também mantém um discurso[3]
sociopolítico em relação à primeira obra de Henrique Mota, nas páginas do
“Diário Popular”: «Na sua base, a obra é um original inventário desportivo de
42 biografias de atletas, cobrindo cerca de 70 anos de prática desportiva, no
concelho de Almada, onde hoje se repensa o desporto e o espectáculo desportivo
em termos que já não admitem a alienação das massas. O documento carinhosamente
forjado ao longo de anos de pesquisa por Henrique Mota, treinador de várias
modalidades, constitui acima de tudo, uma preciosa contribuição para o
historial de Almada progressista cujo quotidiano dos últimos decénios
transparece para além dos registos numéricos, frios, através de imagens que
passam à história, e de declarações tantas vezes pitorescas.»
[1] “A Bola”, de 16 de Fevereiro de
1976.
[2] “O Século”, de 20 de Fevereiro de
1976.
[3]
“Diário Popular”, de 28 de Junho de 1976.
(Texto da autoria de Luís Alves Milheiro, extraído do livro, "Henrique Mota, atleta, treinador, dirigente e escritor almadense", editado em 2010 pela SCALA)
(Fotografia da Colecção Particular de HM)
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