«Mas, afinal quem é
o Henrique Mota? Perguntará quem, de recente estadia nestas bandas, tem ouvido
falar, com relativa insistência, neste nosso amigo.
Se a pergunta me
fosse lançada diria ser ele uma das figuras mais curiosas que ao longo da minha
vida, me tem sido dado conhecer.
De muito novo –
poderá dizer-se no alvor da sua juventude – dedicou-se, com uma paixão sem
limites a causa para ele sagrada – o Desporto – praticante, dirigente,
preparador, orientador, todas as teclas tocou neste sector.
Ao mesmo tempo
dedicou um amor muito grande a uma outra paixão a qual, se intercalava com o
Desporto: a sua amada Colectividade: o Ginásio Clube do Sul.
Durante anos
dirigiu aquela colectividade, manifestando uma dedicação sem limites. Nos
tempos em que a colectividade lutava – ao contrário do sucedido actualmente –
com dificuldades quase insuperáveis. Foram os tempos difíceis, mas, ao mesmo
tempo, brilhantes.
Tive a ventura de
ser, durante vários desses anos, companheiro e colega do Henrique nas tertúlias
directivas. Por vezes irreverente, ele não conhecia dificuldades, nem elas o
atormentavam. Lutava, mas lutava sempre, para superar as contrariedades – e
foram muitas – que nos surgiam pela frente.
Ali cimentámos uma
amizade que se tem mantido pela vida fora. Porém, no Ginásio, nem sempre a sua
dedicação foi compreendida e reconhecida.
Depois o clube
tomou novo rumo, novos objectivos foram alcançados, sendo hoje uma
Colectividade sobejamente conhecida. E o Henrique continuou a manter por ela a
mesma paixão, o mesmo amor.
Muita coisa que
ali se passa sei-o por seu intermédio, pois ele é o meu “informador” oficial.
Mais recentemente
dedicou-se a nova tarefa, a literatura. E, tendo como base dos seus escritos, o
Ginásio, as gentes de Cacilhas, delas tendo conhecimento como os dedos da sua
mão, tem escrito um número de livros – sete, talvez – sempre com o mesmo
empenhamento, a mesma entrega total.
Parabéns Henrique!
Tens sido um lutador e tens sabido lutar. Os teus livros são a prova evidente
de como se luta, com hombridade, por uma causa sagrada.
E a tua – ou tuas
– causas são Cacilhas e o Ginásio.
O livro que ora
publicas são o testemunho destas minhas sinceras palavras.
Sei que
continuarás, até ao dia limite das tuas forças, até à extinção da tua solene
personificação, a lutar, a combater.
Uma vez mais:
PARABÉNS HENRIQUE.»
[Mário Rodrigues, associativista almadense]
(Fotografia de Luís Eme)
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