«Eu considerava-o,
por razões de muitas afinidades, o meu melhor amigo.
Quando ele faleceu
sofri imenso a sua perda: qualquer familiar não me levaria mais lágrimas que
aquelas que brotei, sentidamente, fora das observações alheias.
O seu sentimento
de lutador por causas colectivas levavam-no a exteriorizar alguma teimosia. Eu,
quando não estava de acordo com qualquer projecto ou o seu “modus faciendi”,
dizia-lhe frontalmente, olhos nos olhos, mas, mesmo assim, nada disso ofuscava
a nossa amizade. Algumas vezes ele ia por mim, noutras levava a sua avante. Mas
acabávamos a mini-quezília num abraço.
Faça-se a tua
vontade! Dizia-lhe eu com um sorriso trocista que concitava o meu desacerto.
Contudo, estou
aqui a afirmar concludentemente que, se o fenómeno desportivo de competição
altera os sentimentos humanos, posso pensar que, entre todas as pessoas que
comigo lidaram nesse estimulante sector, considero que, o Henrique Mota, era
quase imune, a essas alterações. E este quase é cúmplice das actuações do seu
Ginásio Clube do Sul onde foi “pau para toda a roupa”, como utente activo ou
como qualificado dirigente.
Em quase todos
estes actos eu estava muito próximo dele em todas as vertentes. Daí o
enraizamento da nossa amizade.»
[Fernando Barão, escritor e associativista cacilhense]
(Fotografia de Álvaro Costa: Henrique Mota, Maria Emília de Sousa (Presidente da CMA) e Fernando Barão, num momento alegre de confraternização durante o almoço de primeiro aniversário da SCALA)
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