segunda-feira, 10 de agosto de 2020

O Testemunho dos Amigos (I)



«Eu considerava-o, por razões de muitas afinidades, o meu melhor amigo.
Quando ele faleceu sofri imenso a sua perda: qualquer familiar não me levaria mais lágrimas que aquelas que brotei, sentidamente, fora das observações alheias.
O seu sentimento de lutador por causas colectivas levavam-no a exteriorizar alguma teimosia. Eu, quando não estava de acordo com qualquer projecto ou o seu “modus faciendi”, dizia-lhe frontalmente, olhos nos olhos, mas, mesmo assim, nada disso ofuscava a nossa amizade. Algumas vezes ele ia por mim, noutras levava a sua avante. Mas acabávamos a mini-quezília num abraço.
Faça-se a tua vontade! Dizia-lhe eu com um sorriso trocista que concitava o meu desacerto.
Contudo, estou aqui a afirmar concludentemente que, se o fenómeno desportivo de competição altera os sentimentos humanos, posso pensar que, entre todas as pessoas que comigo lidaram nesse estimulante sector, considero que, o Henrique Mota, era quase imune, a essas alterações. E este quase é cúmplice das actuações do seu Ginásio Clube do Sul onde foi “pau para toda a roupa”, como utente activo ou como qualificado dirigente.
Em quase todos estes actos eu estava muito próximo dele em todas as vertentes. Daí o enraizamento da nossa amizade.»

[Fernando Barão, escritor e associativista cacilhense]


(Fotografia de Álvaro Costa: Henrique Mota, Maria Emília de Sousa (Presidente da CMA) e Fernando Barão, num momento alegre de confraternização durante o almoço de primeiro aniversário da SCALA)

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